Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, usava um lenço listrado de preto e branco na cabeça e uma roupa bem folgada. A camisa era roxa de botão com um corte em “V” na gola, uma calça jeans que batia um pouco acima do tornozelo e um chinelo marrom claro de dedo.
– O que é isso? – perguntei segurando o riso – Festa a fantasia?
– Engraçadinha. – ele fez uma careta – Esqueceu que temos que parecer plebeus. No caso, plebeus marinheiros.
– Você leva muito a serio esse negócio de caracterização! – sorri.
– Acho que você é que brinca de mais com coisa seria! – ele estendeu as mãos – Tome, vista isso! – ele me entregou uma sacola branca.
– O que é? – perguntei já imaginando a roupa que estaria ali.
– Sua fantasia. – Alexis respondeu em um tom extremamente debochado e saiu do camarote.
Imitei a sua voz, fechei a porta e olhei o que tínhamos dentro do saco. A roupa não era muito elaborada – imaginei que nenhuma roupa de marinheira pirata fosse –, mas eu até gostei.
Era uma camisa branca com listras roxas, uma saia um pouco curta – deveria bater bem acima do joelho – de cor alaranjada e com uma pequena margarida desenhada no lado direito. Havia também um chinelo de dedo marrom e azul, e um colar com um pingente de caveira.
Pensei se era para substituir o colar de chave pelo de caveira, mas acabei optando por usar os dois. Havia também um anel simples, quase como uma aliança, porém mais grosso e um cinto branco, com a fivela prateada.
Não sei se havia ficado do jeito que esperava, não havia nenhum espelho no camarote, então resolvi sair e ver o que Neandro, Alexis e Nicardo pensariam sobre a minha “fantasia” de marinheira pirata.
A reação foi das mais diversas. Alguns dos marinheiros assobiavam para mim, outros apenas olhavam surpreendidos, mas a maioria ficou apenas olhando a reação de Alexis.
– Neandro! – Alexis gritou – Não tinha outra roupa melhor?
– Mas essa é a roupa clássica! – Neandro respondeu sem entender.
– Pode voltar e usar uma de suas roupas! – Alexis gritou – E escolha uma que... Que tape mais as suas pernas!
– Mas está tão curta assim? – perguntei olhando para a saia. Não estava tão curta, mas também não era a idéia que eu tinha de “saia decente”.
– Deixe-a usar a roupa Alexis, ela está muito bonita! – Nicardo disse enquanto carregava algumas cordas.
– Não! – Alexis gritou – Isso não é uma roupa que a Beatriz usaria. Ela não gosta que esses lobos fiquem olhando tanto para ela.
– Olha aqui, que decide o que eu gosto ou não de usar sou eu! – agora era aminha vez de gritar.
– Calma, calma! – Neandro tentou evitar a inevitável briga.
– Então prefere ficar assim... Nua! – Alexis emburrou.
– Eu não estou nua. – rebati.
– Pois para mim está! – Alexis bateu o pé – Não gosto nada de ver você assim.
– Que é isso Alexis, está com ciúmes? – Neandro debochou da cara de Alexis.
– Ciúme? – Alexis ficou vermelho – Ciúmes desta ai?
– Sim, ciúmes da Beatriz! – Neandro continuou provocando.
– Você está é maluco. Louco. Demente. Desvairado. – Alexis tentou tapar o rosto.
– Pois eu acho que você está com ciúmes sim. – Neandro agora queria ver o circo pegar fogo. Eu fiquei calada, provavelmente estava tão vermelha quanto o Alexis.
– Eu não estou com ciúmes. Quer parar com isso! – Alexis respondeu nervoso.
– Então está bem, você não está! – Neandro disse debochado – Ciumento!
Alexis entrou no camarote e trancou a porta. Não havia gostado nada, nada desta reação de Alexis. Será que ele realmente estava com ciúmes?
Neandro estava na proa do navio, enquanto Nicardo ficava no comando – descobrimos que ele sabia manejar grandes embarcações de última hora.
– Fiquei feliz em saber que veio! – disse a Neandro.
– Eu precisava fazer alguma coisa por ela. – Neandro respondeu serio.
– Mas ela ficou sozinha? – perguntei preocupado.
– Não! – ele me olhou como se eu tivesse o ofendido gravemente – Você se lembra da Clítia?
Clítia era uma jovem moça de longos cabelos ruivos e belos olhos azuis. Ela sempre passava na casa de Linfa para visitar-la. As duas eram muito amigas. A última vez que havia visto a Clítia foi dois dias antes de Alexis voltar. Ela havia perdido a casa – na verdade o pai dela havia apostado a casa em um jogo – e ela acabou tendo que ficar em um hotel. Fiquei com tanta pena.
– Eu lembro sim da Clítia! – respondi.
– Eu pedi para que ela ficasse tomando conta da Linfa. – ele sorriu sem graça – Ela rompeu com o pai e eu lhe ofereci a nossa casa para que ela ficasse enquanto não encontrasse outra. Linfa vai estar muito bem vigiada.
Sorri e assenti. Realmente Clítia era muito atenciosa e prestativa, não tenho dúvida de que estaria cuidando muito bem de Linfa.
– Para onde estamos indo agora? – perguntei.
– Rumo aos continentes do sul. Mais precisamente, estamos indo para Sotero. – Neandro respondeu.
Não fazia a mínima idéia do que era Sotero, mas assim como tudo naquele mundo, eu acabei aprendendo.
Desci para os compartimentos de baixo, onde ficavam os quartos e onde foi guardada a comida e alguns outros mantimentos.
A parte de baixo do navio cheirava a chuva, madeira molhada. Isso me deixou um pouco enjoada no principio, mas logo acabei me acostumando. Não demorou muito para a noite chegar. O dia havia sido tão cansativo que dormi até o dia seguinte.
– Se continuarmos neste ritmo, chegaremos a Sotero depois de amanhã à noite! – ouvi um dos marinheiros falando.
Devia ser bem cedo quando voltei para o convés do navio. O céu estava claro, mas não muito, como se tivesse acabado de amanhecer. Ouvi algumas pessoas falando termos náuticos do qual não fazia a mínima idéia e segui para o camarote de Neandro.
Bati na porta e quem atendeu foi Alexis. Assim como eu, ele ainda estava vestido com a roupa de marinheiro pirata. Ele esfregou os olhos e bocejou.
– O que queres? – ele perguntou ainda bocejando.
– Quanto tempo nós ficaremos viajando? – perguntei.
– Já está com enjôos? – Alexis perguntou bocejando novamente.
– Não! – respondi – Apenas estou preocupada com as pessoas lá de casa. Já tem mais de uma semana que estou fora de casa, devem estar pensando que morri!
– Eu estaria comemorando se no lugar deles! – acho que Alexis não pensou muito quando disse isso.
– Seu grosso! – gritei – Como pode dizer uma coisa dessas? Imbecil!
– Desculpe, mas eu ainda não acordei! – ele bocejou novamente.
Sai do camarote e Alexis fechou a porta novamente. Minha vontade era de mandar-lo para lugares bem específicos, mas preferi manter minha boca fechada. Era melhor não causar confusão.
Vi Nicardo sentado na proa do navio. Estava disposta a me manter longe da poupa e da proa do navio durante toda viagem, era melhor optar por lugares seguros, mas acabei indo encontrar-lo.
– Oi? – sentei-me ao lado dele.
– Oi. – ele respondeu. – Acordou cedo?
– Acho que sim. – sorri.
– Uma moça tão bonita como você, achei que dormisse muito. Sono de beleza. – ele se deitou e ficou olhando para o céu.
– Obrigada! – sorri constrangida – Acho que não sou tão vaidosa.
– Mas deveria ser! – ele estava serio – Ou talvez não. Se você ficasse mais bonita poderia estragar.
– Nicardo? – estava vermelha.
– Vocês dois estão comprometidos? – ele perguntou ainda olhando para o céu.
– Comprometidos? – estranhei – Você está falando... Eu e o Alexis?
– Sim.
– Não! – disse isso um pouco alto demais. Alguns marinheiros olharam para nós e eu abaixei a voz – Nós não temos absolutamente nada. Não somos nem amigos direito.
– Mas você gosta dele, certo? – ele se virou para mim, ainda deitado.
– Sim eu gosto... – só então me toquei – Não, não, não. Eu gosto dele como um possível amigo, não é desta forma que você está pensando.
– Mas ele gosta de você! – ele continuava serio.
– Acho que não. – respondi desconfiada. – Ele me odeia. Ou quase isso.
Ele balançou a cabeça negativamente e virou-se novamente para olhar o céu.
– Ele ainda não sabe, mas está apaixonado por você! – ele parecia certo do que estava falando.
– Como pode ter tanta certeza disso? – perguntei.
– Não precisa observar muito para descobrir. – ele sorriu – Aquele ataque de ciúmes foi uma grande prova de que ele está nutrindo sentimentos por você que talvez nem ele mesmo saiba.
– Eu duvido! – deitei-me ao lado dele. – Alexis não parece ser do tipo que se apaixona.
– Você também não parece, mas está! – tomei um susto.
– Como assim eu estou? – perguntei me levantando.
– Talvez. Não sei. – ele continuou deitado – Espero que não. – ouvi sussurrar.
– O que você disse? – perguntei.
– Nada.
Voltei para o meu quarto e fiquei esperando o dia clarear um pouco mais. A conversa com Nicardo havia mexido um pouco comigo. As coisas que ele havia insinuado eram tão absurdas que me deixaram confusa em relação ao Alexis. Mas era absurdo demais, eu não iria dar ouvidos. Ele nem me conhece direito, nem conhece o Alexis assim tão bem, como ele pode sair afirmando coisas que não conhece?
A falta do que fazer às vezes me deixava com sono, então acabava ajudando aos marinheiros a lavar o navio.
Todos os marinheiros, sem exceção, tinham as mesmas características. Todos tinham cabelos avermelhados, alguns em tons mais claros, outros em tons mais escuros, mas sempre vermelhos. Eles tinham orelhas de gato e rabinhos também, além de unhas um pouco grandes demais para um ser humano comum. Lembrei de uma moça que havia visto na primeira vez que fui à cidade, tinha as mesmas características. Ele era uma soteriana. Eram todos soterianos.
– Limpando o convés? – Alexis havia acordado – Você não acha que está se rebaixando de mais?
– O que? – me assustei – Você achando ruim que eu esteja me rebaixando? Eu não sou a “plebéia insolente”?
– Mas está não é a questão. – ele fechou a cara – Sua... Birra é só comigo não é?
– Birra? – perguntei.
– Sim, para eles você faz tudo. – ele fez bico – Mas para mim você não faz nada!
– Está com ciúmes? – debochei.
– Eu... Não! – ele gritou – Apenas acho injusto. Eu que deveria ter a sua atenção. Mas não importa, você não entenderia.
– Tente. – o desafiei.
– Eu... Eu... Eu... Arg! Garota você me enche a paciência! – ele bateu o pé de raiva e bufou. Desta vez apenas bufou.
– Então estamos quites! – me levantei – Você também me torra a paciência.
– Plebéia insolente! – ele engrossou a voz – Vai, continue lavando o chão. Desta vez é uma ordem minha!
– Agora é que eu não lavo mesmo! – gritei. – Você tem que aprender a ser menos arrogante.
– E você tem que aprender a ser menos encrenqueira. – ele retrucou.
– Encrenqueira? Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeuuuuuuuuuuuuuuuuu?
– De quem mais eu poderia estar falando? – ele me olhou com cara de nojo – Vai lavar o chão serviçal, vai! – ele fez um sinal de desdém com a mão.
Eu – em um ataque de fúria – me abaixei e peguei o balde. Seu rosto estava vitorioso, pensando que eu finalmente havia acatado as ordens dele. Levantei o balde cheio de água e Cabum! Shuaaaaa! Joguei o balde de água encima da cabeça dele com gosto.
– Sua insolente! – a voz de Alexis estava abafada por causa do balde na cabeça.
– Agora pense duas vezes antes de me chamar de serviçal. Seu principezinho arrogante.
Ouvi Alexis dando um grito de raiva e sai de perto dele. Desta vez até eu mesma estava achando que peguei um pouquinho pesado de mais. Só um pouquinho.
Mas o castigo veio logo em seguida. Acabei escorregando com os chinelos molhados e fui de cara ao chão. Minha má sorte apareceu para dar um “oi”.
– Beatriz, você está bem? – ouvi a voz de Nicardo. De longe, ouvi um “bem feito”. Era Alexis.
– Eu... Acho... Que... Sim! – respondi um pouco tonta.
– Seu nariz! – Nicardo gritou.
– O quê que tem o meu nariz? – perguntei colocando a mão nele. Uma dor imensa surgiu assim que encostei no nariz. Estava sangrando. – Ai! – berrei. – Será que quebrou.
– Deixe-me ver? – antes que eu pudesse responder Nicardo já foi mexendo no meu nariz.
– Aaaaiiiii! – berrei ainda mais alto.
– Acho que não. Apenas bateu com força. – Nicardo respondeu me colocando no colo.
– Opa! – ouvi Alexis gritar – O que você está fazendo com a Beatriz? Deixe que eu a levo.
– Não! – gritei novamente – Você está todo molhado.
– Por culpa de quem? – ele me olhou feio.
– Deixe o Nicardo me levar. Ele já está me segurando no colo. – disse com uma voz chorosa.
– Eu não confio neste Nicardo. Ele pode querer te atacar! – ele tentou correr, mas parou depois que lembrou que estava molhado.
– Você já tentou me atacar uma vez e não conseguiu. Eu sei muito bem me defender. – lembrei do caso da carroça.
– Eu não tentei te atacar. Aquilo foi um acidente! – ele gritou.
– Acidente. Hum... – ouvi alguns marinheiros rindo.
– Calem-se! – Neandro gritou. – Nem Alexis, nem Nicardo. Se o caso é esse, deixe que eu mesmo levo a Beatriz para o quarto dela, por que eu não confio em nenhum dos dois quanto a isso.
Neandro me tomou do colo de Nicardo, que ficou um pouco constrangido. Senti-me a única garota do mundo. Nunca tive ninguém brigando por mim – não que isso tenha sido uma briga de verdade. Confesso que achei bem legal. Teria rido se não estivesse com tanta dor.
Neandro me colocou na rede e depois foi pegar umas pedras de gelo no seu camarote. Ele me entregou amarrada em um lenço branco e colocou, cuidadosamente, encima do meu nariz.
– Queria ter algo melhor, mas não esperava por isso. – Neandro sorria – Mas acho que esse gelo vai servir. Qualquer coisa grite, já sabemos que você é boa nisso!
Algumas horas depois recebi a visita de Nicardo. Ele parecia ter feito o máximo possível para não ser visto, por que está atento a todas as direções quando chegou ao meu quarto.
– Você está melhor? – ele perguntou.
– Sim, eu estou. – respondi sorrindo.
– Fiquei um pouco preocupado. Não gosto de ver pessoas se machucando.
– Deixa de ser bobo, não foi nada! – fitei o teto e bufei – Tudo bem, foi alguma coisa, mas nada de grave.
– Que bom! – ele sorriu – Você é corajosa. Não é qualquer um que joga um balde d’água na cabeça de um príncipe.
– Você sabe que ele é príncipe? – me espantei.
– Sim, eu já sabia. – ele ficou serio.
– Mas como? Achei que príncipes ficassem presos em seus castelos, seguros de qualquer perigo e longe do conhecimento geral.
– Mas eles ficam! – Nicardo sorriu – Eles só são apresentados ao povo após completarem a maior idade.
– Então como você sabia?...
– Eu vou lhe contar uma coisa, mas deve prometer não contar a ninguém! – ele voltava a vigiar a porta.
– Sim, prometo! – respondi.
– Pode parecer estranho, mas eu consigo ver certos... Segredos das pessoas.
– Como? – estava com medo.
– Certos sentimentos, certos status, alguns segredos. Eu sempre vejo tudo isso quando chego perto de uma pessoa. Não faço por mal, é involuntário, eu simplesmente chego perto de alguém e essas coisas aparecem. Por isso disse com tanta certeza de que o Alexis está apaixonado por você.
– Serio? – perguntei confusa.
– Mas nem sempre é algo certo. Às vezes eu me confundo com o que vejo e acabo fazendo uma má interpretação, como foi o seu caso.
– Você viu o que eu estava sentido? – senti como se ele tivesse me visto nua.
– Você é uma pessoa com muitas dúvidas sobre o amor. – ele me fitou, como se estivesse tentado ver os meus sentimentos de novo. Olhei feio para ele – Você parece ter medo de se apaixonar. Mas é o que você mais quer nesta vida.
– Você está me assustando! – disse segurando um travesseiro – Por favor, nunca mais fale sobre o que você vê em mim. Guarde as coisas que você enxerga para você mesmo, combinado?
– Combinado! – ele sorriu e apertou minha mão.
Apesar de a pele aparentar ser barrenta e um pouco suja, Nicardo tinha a pele mais macia que já havia visto. Era como um veludo, bem suave.
Neste momento recebi outra visita. Alexis. Como sempre, não perdeu a oportunidade de fazer seu showzinho de príncipe mimado.
– Que safadeza é essa aqui? – ele gritou. – Eu disse para você não chegar perto da Beatriz, quanto mais encostar essa sua mão suja nela!
– Alexis! – gritei – Não seja grosso, ele está apenas me dando um apoio.
– Ele estava tentando te atacar! – Alexis sentou entre nós dois – Aposto como ele iria tentar lhe dar um beijo assim que você soltasse a mão dele.
– Desculpa Nicardo! – estava constrangida com o show de Alexis.
– Não, tudo bem. – ele sorriu – Eu não ligo. Já esqueceu da nossa conversa?
– Que... Que conversa? – Alexis se apavorou – O que vocês andaram conversando?
– Nada que seja do seu interesse! – respondi tentando afastar os dois de perto de mim.
– Eu exijo que falem! – ele gritou, devia estar aprendendo isso comigo.
– Quanto mais você exigir, menos eu vou ter vontade de falar. – sorri.
– Tudo bem, eu paro de exigir. – Alexis respirou fundo.
– Mesmo assim eu não vou lhe contar. – vi o resto de Alexis pegar fogo – Nicardo me pediu segredo.
Alexis fuzilou Nicardo com os olhos. Nicardo pareceu ignorar. Achei tanta graça de Nicardo ignorando Alexis e Alexis retalhando Nicardo com os olhos que acabei sendo obrigada a rir da situação.
– O que você está rindo? – Alexis perguntou nervoso.
– Vocês dois são uma comédia! – gargalhei.
Os dois saíram do quarto. Nicardo rindo junto comigo e Alexis furioso sem entender muita coisa. Eu continuei no quarto por alguns minutos e depois voltei para o convés e fiquei observando o mar.
O resto do dia foi tranquilo. Nada de brigas, nada de quedas, nenhuma cena de ciúmes, foi apenas o silêncio e a calmaria da imensidão azul.